quinta-feira, 2 de maio de 2013

HORA DE RESTAURAÇÃO




Geremias de Assis Antunes

Certamente todos nós já nos deparamos com pessoas que há muito não víamos talvez por causa de mudanças e, nessas horas, é normal os questionamentos que começamos a fazer, principalmente se somos nós que não mais estamos em nossa terra de origem. A princípio a conversa fica mais num tom de “entrevista”  do que de bate papo. 

Senão vejamos como é que nos portaríamos se, por longos anos, longe de nossa terra estivéssemos e de repente, longe da mídia e da tecnologia que, por não serem bem usadas, têm assolado o século XXI, então fôssemos visitados por um Amigo e ou Familiar: Como é que você tem passado??? Tudo bem com você??? Sua Família??? E os nossos Amigos, como eles estão??? E a nossa cidade??? O nosso Pico da Ibituruna como ele está??? E de repente o Ente Querido e os Amigos viessem com respostas não tão afáveis e ou aprazíveis dizendo-nos: “Ah! Você se lembra daqueles nossos colegas de infância e adolescência, pois é, morreram quase todos;  os nossos demais Amigos e Familiares estão em grande miséria e desprezo passando por muitas dificuldades, humilhações e indo de mal a pior; eles não têm mais o que comer e nem beber, estão dormindo ao relento nas calçadas quebradas; a torre da Açucareira foi ao chão, as pontes da Ilha e do São Raimundos foram ao todo destruídas e não mais existem; nossas praças onde brincávamos e conversávamos ficaram desertas; da Praça Serra Lima só ficaram os monturos; nossos campinhos de futebol nos lotes vagos sumiram em meio à destruição; o Pico da Ibituruna teve o seu topo explodido até quase à metade”.
Prédio da Açucareira em Governador Valadares-MG                           Ponte São Raimundo e Pico da Ibituruna em Governador Valadares-MG  -  RIO DOCE

Qual seria de imediato o sentimento de seu coração e que pensamentos norteariam sua mente ao ouvir tais notícias tão ruins e desagradáveis a respeito de suas raízes, Familiares e Amigos???

Certamente a angústia, a dor, o lamento e o choro tomariam conta de todo o seu ser e talvez até mesmo certo desespero... Fazer o que agora??? Que atitudes tomar??? Como encarar tamanha dor??? O que fazer para ajudar aqueles que ainda restaram???

Provavelmente algumas noites sem dormir e dias sem se alimentar direito pensando na crueldade ocorrida e em como ajudar a resolver o pouco que ainda resta. Só o lamuriar é em vão, atitude se faz necessário.

Foi, exatamente, numa situação similar a essa que se encontrava Neemias [Bíblia Sagrada, Neemias 1:1-11 ]. Neemias, bem como outros compatriotas, havia sido levado cativo quando a Pérsia invadiu Israel; Neemias fora colocado para ser garçom do Rei Artaxerxes  e o seu coração sempre permanecia voltado para ter noticias de Israel e da Santa Cidade Jerusalém, até que um dia os Irmãos dele que conseguiram escapar da invasão a Jerusalém foram visitá-lo e deram a não animadora noticia de Sua terra, Amigos e Familiares; aqueles que haviam escapado estavam em profunda miséria, passando, fome, sede e frio; notícias de Jerusalém??? Essas eram ainda mais dolorosas.

A Bíblia relata que Neemias muito chorou e lamentou, mas, também relata que ele se colocou diante do Altar de Deus, pois, ele tinha plena convicção que Deus haveria de lhe conceder forças para vencer. Neemias, diante de Deus, fala de tudo que estava em seu coração e até reconhece suas falhas, porém, a partir de agora uma Nova Atitude deveria ser tomada. Mesmo triste e abalado Neemias prossegue sua vida planejando a atitude a ser tomada.  Anteriormente às tais notícias, mesmo estando em Terra Estranha, Neemias sempre se mostrava com muita alegria e satisfação no desempenho de suas funções, contudo, agora tamanha era a tristeza que não se podia esconder a ponto de certo dia estando a servir, o rei percebeu que havia em Neemias uma “tristeza de coração”, uma profunda tristeza; e como tempos atrás dizíamos “uma tristeza muito triste” [Neemias 2].  Sendo questionado pelo rei, Nemias abre o seu coração e então faz um pedido e tal pedido foi concedido.

Estando tudo preparado para a viagem, pegou suas bagagens e “passaporte” partindo então rumo à sua Terra.

Não se pode deixar de lembrar que todas as vezes que alguém se levantar para fazer um “conserto” ou “reparo” sob o comando e orientação de Deus, alguém terá como afronta ou algo desagradável [2:10; 4:1, 7, 8, 11] e ainda promoverá situações que possam levar à desmotivação [4:3], portanto, com Neemias não foi diferente e nunca será com quaisquer “Neemias” que surgirem em nosso tempo.

Neemias tinha uma missão a cumprir e um sonho a realizar; missão e sonhos  que não eram somente dele, mas, tinham nascido no coração de Deus. 

Chegando a Jerusalém Neemias  faz um reconhecimento do local e vê que tudo teria que ser reconstruído e então apresenta a proposta de trabalho para aqueles que com ele estavam [2:18] e assim foi tendo a certeza de que Deus lhes faria prosperar.

Se atentar para os capítulos três e quatro notará que a reconstrução estava a todo o vapor, pois, muito trabalho havia para ser feito e já as perseguições começavam, porém, Neemias permanecia confiante na Garantia da Vitória [4:20]. Árduo era o trabalho e todos se empenhavam naquela realização. O sofrimento do povo era demasiado e lutavam por uma vida mais digna.

O sonho de Neemias já estava, praticamente, concluído mesmo em meio a tantas perseguições e investidas do inimigo. 
“...eu já tinha edificado o muro...” Imagine o coração e a mente de Neemias como é que estavam nesse instante; grande e tamanha era a felicidade; para quem tempos atrás poderia estar chorando de tristeza e amargura, agora, porém, poderia chorar de alegria e satisfação. Quão bom é poder ter o sentimento de missão cumprida.

O trabalho fora feito com grande maestria, zelo e amor; o próprio Neemias é enfático ao dizer que ““... e não mais havia nenhuma brecha”.

Mesmo com toda a dedicação perfeição, mesmo não havendo brecha alguma, o inimigo tentará desmotivá-lo de todas as formas. Todo cuidado é pouco quando se trata de algo que o inimigo pretende destruir. Alguns se corromperam para tentar derrubar Neemias de seus propósitos;  queriam “enterrar” os sonhos dele; tinham como objetivo arruinar todo aquele engenhoso projeto; procuraram de todas as formas possíveis levá-lo ao fracasso, no entanto, Neemias convicto de seus sonhos disse: “Eis que estou fazendo uma Grande Obra de modo que não poderei descer” [ 6:3 ].

Nos dias em que estamos vivendo citaremos, entre todos, apenas um exemplo. Olhemos ao nosso redor e vejamos com toda a nitidez o que é que o inimigo tem tentado destruir e podendo contar com o apoio de seus “súditos”.

Desde os primórdios o inimigo tem lutado, veementemente, contra a Família; desde o Éden, armadilhas e mais armadilhas têm sido postas para que haja uma aniquilação da Família; o inimigo não desistiu e jamais desistirá mesmo sabendo que já está derrotado, contudo, ele tem procurado agir com mais precisão, pois, ele sabe que “pouco tempo lhe resta” [Apocalipse 12:12].

A mídia televisa, escrita e falada tem abusado de seu poder de persuasão e com uma ousadia maligna tem adentrado dentro de nossas casas, dentro de nossas empresas, em nossos lugares de lazer e diversão e até mesmo – pasmem – dentro de nossas mentes objetivando nos moldar segundo os padrões podres os quais querem nos impor.

A Família é a “célula mater” da sociedade de forma que se aquela estiver em decadência toda a sociedade assim também estará.  Tudo nada mais é que um plano astuto do inimigo para a degradação moral generalizada da Família bem como de toda a sociedade.

Dia após dia a Família vem sendo destruída de uma forma bem sutil, contudo, nos dias atuais está muito às claras, só não vê quem não quer ver. A destruição da Família tem sido crescente e assustadora. Lideres Religiosos e Líderes Políticos, em sua grande maioria, não mais sabem que posição tomar enquanto outros têm tomado atitudes drásticas e claras para impor suas idéias rumo ao fracasso. 

Olhando para a atual estrutura, se é que podemos chamar de estrutura, tudo tem começado nos lares, se é também que assim podemos chamar. Pais não têm tido moral, estrutura, base o suficiente para criar seus Filhos; Pais e Mães ainda na adolescência sem nenhuma condição de assim o serem. Princípios deixados para a humanidade não são mais seguidos à risca, tudo é se der e quando puder, se não der  e se não puder tudo bem... 

Veja que caos  estamos vivendo, tudo isso pelo fato de que está faltando base sólida; os “muros da Família estão sendo derrubados, arruinados, destruídos, queimados e, na grande maioria das vezes, temos nos sentido totalmente desarmados, pois, a arma que temos em punho [Bíblia Sagrada] já não mais tem sido usada de parâmetro para muitas vidas. Tais coisas estão produzindo tristeza, angústia e amargura  em muitos corações e mentes; muitas Mães e muitos Pais perdem noites enfileiradas de sono; perdem o apetite; perdem a alegria e o prazer de  viver em virtude da base abalada e dos “muros destruídos e arruinados”; Filhos envolvidos com toda sorte de criminalidade e iniqüidades; uso e tráfico de drogas, os pais nunca sabem se o Filho voltará vivo; é uma verdadeira tortura; Filhas, que ainda nem tiveram os primeiros sinais de externos de adolescência, já estão grávidas; homossexualismo a todo o vapor; promiscuidade e prostituição em todos os lugares e a qualquer instante, na rua ou até mesmo dentro das Famílias... 

O que fazer???  Que atitude tomar diante de tamanha destruição??? Por onde começar???


Neemias recebe a notícia ... “E sucedeu que, ouvindo eu estas palavras, assentei-me e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus.  [ Neemias 1:4 ].  Ele se entristeceu em grande demasia, mas, não se deu por vencido e se pôs a jejuar e a orar.
Diante da triste e lamentável situação que tão de perto nos rodeia necessário é colocarmo-nos, cada dia mais, na inteira e exclusiva dependência de Deus, pois, somente assim receberemos sabedoria, força e poder para “reerguer os muros” da Família e por que não dizer até os “muros da Igreja” que estão em ruínas.
Abrir o coração de uma forma voluntária e completa é algo de Vital Importância para receber de Deus força e autoridade para “reconstruir os muros”; reconquistar valores e princípios que, ao longo dos anos foram sendo danificados; foram destruídos  e arruinados.
A Família, instituição divina, infelizmente, está com sua estrutura abalada e nesse momento veremos alguns muros que precisam ser reconstruídos:


01] MURO DA DISCIPLINA 
A disciplina não mais existe em nossos arraiais e quando alguém ousa promovê-la a própria justiça humana arruma um jeito de desvalidá-la. Conforme uma lei anti-bíblica os Pais e Responsáveis não podem mais corrigir seus Filhos correndo até mesmo o risco de serem punidos com prisão; a Bíblia, que o Livro Sagrado para muitos, é que dá o norte para que os  Filhos sejam orientados e corrigidos, contudo, nem todos sabem dessa tão sublime e importante orientação e aqueles que sabem se sentem coagidos a não seguir tal orientação;  os muros da disciplina que protegiam a Família caíram por terra.

02] MURO DO RESPEITO MUTUO 

Poderíamos dizer bons eram os tempos em que esse muro ainda estava de pé; Os cônjuges eram cônjuges e não “colegas de teto”; Filhos eram Filhos, Pais eram Pais; Irmãos eram Irmãos. Os membros de uma Família precisam se colocar em seus devidos lugares sabendo que o respeito mutuo é imprescindível para uma sadia, próspera  e agradável convivência.

03] MURO DA EDUCAÇÃO E MORAL
 Falar o que heim??? Moral??? Muitos nem mais se recordam o que é isso. Lembro-me de tempos na escola quando estudávamos “Educação, Moral e Cívica”. Onde é que  foi parar isso??? Será que alguém lembra??? Nos seios de muitas Famílias a moral já foi enterrada, sepultada. Pais não mais têm moral para educar seus Filhos e, por conseguinte, vão crescendo sem educação e sem moral e esses por sua vez arrumam suas “fêmeas e ou machos” e simplesmente começam o ato de procriação sem constituir uma Família. Onde estão os muros da Educação e da Moral???

04] MURO DO AMOR E DA COMUNHÃO COM DEUS
O Livro Sagrado é enfático em dizer “aquele que não ama não conhece a Deus, por que Deus é amor” [ I João 4:8 ]. A falta desse muro produz desafeto, desgosto, desarmonia e morte. Muitos têm vivido como perfeitos “zumbis” dentro de suas casas; ninguém vê ninguém; passam perto dos outros como se os outros fossem fantasmas; a televisão e a internet têm tomado os lugares das pessoas; lar é algo que pra muitos é coisa do passado; a palavra AMOR foi banalizada de tal forma que muitos, por vergonha, nem falam mais que amam outras pessoas; ainda tem aqueles que se recusam a receber amor; Pais que jogam seus Filhos no lixo; jogam seus Filhos pelas janelas; Filhos que espancam os Pais; Irmãos que se matam. O muro do Amor precisa ser restaurado com urgência. A queda dos muros se dá quando esse MURO DO AMOR E DA COMUNHÃO COM DEUS é derribado.

O Mestre por Excelência deixa uma advertência: “Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras...” [ Apocalipse 2:4,5 ]
A mais importante de todas as coisas é o Amor, pois, sem ele nada subsiste; sem o Amor tudo fica sem valor.

Chegou o momento da RESTAURAÇÃO DOS MUROS a começar pelo MURO DO AMOR. Não percamos mais tempo, RESTAURAÇÃO é algo necessário para uma vida de Felicidade Plena.

Hoje, agora é o momento oportuno para que a Restauração em sua vida seja iniciada; dê a largarda em nome de Jesus.

Amém.

 Vila Velha-ES
Quarta-feira, 02 de maio de 2013
10h13min